o "O botão de incêndio bem acima de meus lábios, tão sensível às falsas chamas, às
faíscas incessantes que abrasam seu errante coração, fez jorrar água em meio à
corrente esfumaçada que se insiste em chamar de vida, sob a qual se encharcam a
vaidade e a convicção, fugindo de mãos dadas em seus vestidos rotos, deixando
sobre seus rastros apenas o ar e suas memórias que de nada podem servir. E no
caos, suas mãos são a alavanca e a queda, apenas passado. Sem sequer conhecer
seu rosto, sem saber de onde vem, mas apenas com tua turva imagem fotografada
por estas pálpebras entreabertas, trouxeste envolta em um paradoxo a
felicidade."
Texto por Victor Palmero